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Zima não sabia para onde Istina estava a guiando. Não que precisasse de uma explicação, afinal, ela confiava na ursus de pelagem azul-esverdeadas e não estava realmente curiosa sobre o local para onde estavam indo.
Ainda assim, ela conseguia sentir o calor se alastrando pelo seu rosto — Zima não duvidava que estava corando no momento. Sentia-se envergonhada pelo fato dela lhe conhecer tão bem ao saber, apenas por uma rápida olhada em sua linguagem corporal, que precisava de um tempo longe de outras pessoas.
E, mesmo assim, ela seguia caminhando devagar ao lado de Istina, tendo a mão aquecida dela na sua, segurando-a mesmo que ambas as palmas estivessem começando a suar.
Apenas esse fato fez com que a General Inverno apertasse um pouco mais a mão de Istina, buscando o conforto que a ação lhe dava. A reação da supporter foi de virar o rosto para o lado, lhe oferecendo um olhar gentil e suave, junto de um pequeno sorriso apaixonado.
Zima sentiu-se derreter no instante em que viu a expressão da namorada. Não que tivesse ficado muito óbvio em sua expressão, já que ainda estavam em público, passando por um ou outro operador atarefado.
Todavia, se você soubesse para onde olhar, conseguiria ver a forma como os músculos da ursus de pelagem castanha estavam mais relaxados e como os lábios dela não pararam de tremer nos cantos.
Não demorou muito para Zima reconhecer os corredores do dormitório que dividia com a namorada e a Gummy.
Um alívio se plantou em seu coração ao perceber que não mais estaria lidando com gente desconhecida e, pela forma como Istina suspirou, ela também estava se sentindo aliviada em estar numa área mais reclusa.
Pelo visto não era apenas ela que queria um tempo sozinha. Ou no caso, um momento de paz com a namorada.
De uma forma que Zima nunca conseguia por em palavras, era sempre mágico quando estavam sozinhas juntas. Os abraços aquecidos, os selos preguiçosos e os cafunés que compartilhavam sempre faziam a vanguard se apaixonar mais um pouquinho pela outra.
Ela sentiu um leve puxão em seu braço, e levou suas íris castanhas até o rosto de Istina.
— Vamos? — Foi a única coisa dita por Istina, que inclinou levemente sua cabeça em direção a porta do quarto. Uma mecha azulada caiu na bochecha dela, o que fez os dedos de Zima tremerem para a pôr de volta no lugar.
Meio alheia, a General Inverno apenas assentiu e se deixou ser levada até o cômodo. Lá elas soltaram as mãos apenas para se deitar no colchão e se ajeitar entre os lençóis, de forma que ficassem numa posição confortável.
A cabeça da supporter estava apoiada em seu peito, escutando as batidas lentas e pesadas do coração de Zima. As pernas delas, cobertas pelos lençóis, estavam entrelaçadas, mesmo que Istina sempre reclamasse dos pés frios da vanguard.
A palma dela se encontrava nos fios azul-esverdeados, fazendo um leve carinho com a ponta dos dedos no couro cabeludo da Istina. Zima sentia a outra lhe devolvendo o carinho em sua cintura, o dedão fazendo uma leve massagem em sua pele quente, a deixando ainda mais relaxada contra o colchão.
— Obrigada.
— Pelo o quê? — Somente com o tom de voz da supporter já dava pra imaginar ela franzindo levemente as sobrancelhas em confusão.
— Por ter me tirado da festa — Zima respondeu, baixinho. Seus olhos estavam fechados e seu timbre tinha uma certa firmeza, todavia o vermelho ainda estava presente em seu rosto. — Estava começando a ficar de saco cheio.
Ela não viu, porém Istina ergueu os cantos dos lábios em um belo sorriso.
— Não se preocupe — Foi a resposta dela. — Eu também estava.
A risada que escapou pelos lábios da vanguard foi o som mais gostoso que a outra havia ouvido o dia inteiro. Poderia até ser uma opinião carregada de favoritismo, mas Istina não ligava.
Porque elas estavam ali, dividindo aquele momento, juntas. E enquanto ela pudesse se apoiar na namorada, e Zima fizesse o mesmo, a supporter não se importaria em continuar sendo a estrela guia dela.