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ternos

Summary:

“Yuki-chan?” Alguém a chamou, não muito depois dela ter sentado. Pela forma como seu coração pulou uma batida ao reconhecer a voz, Yuki sabia que estava ferrada.

Ao tirar os olhos do cardápio, Ushimaru viu que Inomata estava à sua frente. A expressão no rosto dela demonstrava preocupação, e ela segurava um bloquinho na mão.

Maria-chan estava usando um terno.

Notes:

gl week here we go !

(See the end of the work for more notes.)

Work Text:

Ushimaru suspirou, cansada. Como havia chegado em seu horário de descanso, ela estava saindo da sala enquanto retirava a máscara do rosto.

A classe dela estava fazendo uma casa mal-assombrada para o festival, a qual tinha sido um sucesso, graças ao Kamitani-san. 

Ele sequer tinha tentado assustar alguém. Apenas sua expressão facial neutra, com um pouco de sangue falso, e sua posição numa parte mais escura do cômodo foi o suficiente para fazer a maioria das pessoas sentir medo. Sendo uma de vários guias que levava os clientes até ele desde de manhã, Yuki sabia como ele tinha feito um ótimo papel sem nem ao menos se esforçar.

Ao olhar ao redor do campus, ela percebeu que havia muitas barracas de comida, todas bem variadas. Parecia até que os estudantes tinham conversado entre si para não repetir o tipo de alimento enquanto estavam decidindo. A mistura de cheiros que chegavam ao nariz dela eram bons e a faziam salivar um pouco, e mesmo que seu estômago estivesse desejando algo, Yuki não planejava comprar nada por ali.

Ushimaru estava determinada a ver a classe avançada antes de ir comer. Ela estava curiosa sobre o que a classe de Maria-chan estava fazendo, assim como também sentia seu peito apertar de saudades da amiga.

Elas não tiveram muito tempo para debater, ou trocar mensagens, sobre os planos que tinham enquanto se preparavam para o festival. Logo, tudo o que Yuki sabia era que a turma de Inomata estava fazendo algum tipo de café.

Ao virar uma esquina do prédio, ela se deparou com uma fila de pessoas. Yuki percebeu que estavam parados do lado de fora da porta fechada a classe avançada, provavelmente esperando a sua vez de entrar. Para a sorte dela, a fila não era tão grande, então não sentiria seu estômago roncar de fome por muito tempo.

Enquanto Ushimaru esperava pacientemente o tempo passar, ela usava seu telefone para enviar mensagens de texto para alguns amigos que não tinha falado com desde o início do festival.

A cada passo que ela chegava mais perto da porta, mais ela escutava risos e gritinhos. Isso fez com que Yuki percebesse que a maioria das pessoas na fila eram garotas, o que fez sua mente começar a criar algumas teorias.

Suspeitou que provavelmente a classe avançada estava fazendo um café de mordomo. A simples possibilidade de não poder ver Inomata porque os meninos estavam atendendo os clientes a deixou triste, com um pequeno biquinho magoado nos lábios.

Ao chegar perto o suficiente da porta, que agora estava aberta, ela reparou que estava certa. Da pequena distância que tinha entre ela e a sala, conseguia ver vários ternos passando, embora fosse muito rápido para tentar ver se tinha alguma empregada ali também.

Yuki abaixou a cabeça, sentindo um pequeno aperto no peito. É, talvez não fosse em sua pausa em que veria sua cru— uh... amiga, sua amiga! 

Ao perceber onde seus pensamentos estavam indo, o coração de Yuki começou a bater acelerado e forte. Ela sentia suas bochechas esquentarem com o rubor que estava se aglomerando ali, e começou a se abanar para tentar esfriar o rosto.

Tá, ela tem uma pequena paixão pela Maria-chan. Precisava aceitar isso, do mesmo jeito que tinha aceitado o fato de que nunca iria namorar o Kashima-kun. Ainda assim, era muito difícil assumir para si o que sentia. Ushimaru tinha medo que seus sentimentos pela outra pudessem atrapalhar a bela amizade que tinha com Inomata.

“Próximo cliente, por favor.” A voz do garoto que estava à porta chegou aos ouvidos de Yuki, a trazendo de volta para realidade. Ao perceber que era sua vez de entrar, ela sentiu-se envergonhada por ter desligado do mundo, então entrou na sala olhando para o chão.

Ainda embaraçada e não prestando atenção para onde estava indo, ela quase esbarrou em alguém. Todavia, antes que pudesse pedir desculpas, sua atenção acabou sendo atraída pela decoração da sala e pelos estudantes vestidos de terno.

Não só os garotos, como também as garotas, estavam usando ternos. Seu rosto foi se esquentando a cada pessoa que olhava, e meio alheia, ela resolveu se sentar na mesa mais próxima e disponível que tinha de si. Para evitar de continuar encarando as pessoas, ela pegou o cardápio que estava em cima da mesa e colocou bem perto do rosto, a fim de se esconder ali.

Ushimaru não chegou a ler nada do que estava escrito. Estava ocupada demais tentando esfriar as bochechas — que ela tinha certeza que estavam vermelhas — enquanto repassava o que tinha visto desde que entrara na sala em sua mente.

“Yuki-chan?” Alguém a chamou, não muito depois dela ter sentado. Pela forma como seu coração pulou uma batida ao reconhecer a voz, Yuki sabia que estava ferrada.

Ao tirar os olhos do cardápio, Ushimaru viu que Inomata estava à sua frente. A expressão no rosto dela demonstrava preocupação, e ela segurava um bloquinho na mão.

Maria-chan estava usando um terno.

Se o rosto dela estava quente antes, agora estava escaldante. A simples visão de Inomata em um terno preto, com uma blusa branca embaixo do paletó e uma gravata preta era bela demais para sua pequena mente compreender. Também não ajudava que os cabelos negros da garota se encontravam presos em um rabo de cavalo baixo, dando um visual mais sexy para ela.

É, parece que Ushimaru não conseguiria continuar negando seus sentimentos tão facilmente assim.

“Yuki-chan, você está bem?” Sua amiga a questionou, com uma evidente preocupação em seus olhos. A mão macia de Inomata não demorou muito para tocar a testa da outra, tentando verificar se havia alguma febre.

"Si-Sim, eu estou bem Maria-chan!” A voz de Ushimaru estava levemente estridente. Ela ainda sentia o coração batendo na garganta, todavia já estava começando a controlar sua respiração. "Estou apenas... surpresa."

Ao ver que a amiga estava se acalmando, Inomata se afastou, com a intenção de lhe dar um pouco de espaço. Ainda assim, o olhar que ela lançava a Yuki continuava mostrando preocupação.

"Você está se referindo ao meu uniforme?” Ela perguntou, dando uma conferida na camisa e na calça preta formal que usava. "Foi ideia daquele pervertido. Ele disse que se todo mundo, menina ou menino, se vestisse assim, o nosso café seria um sucesso."

“Você ficou ótima assim!” Ushimaru disse, agora num tom um pouco mais calmo. Estava sentindo-se feliz, apesar do pequeno surto, em finalmente poder ver e conversar com sua amada amiga.

O jeito como o vermelho floresceu no rosto da Maria-chan a deixou ainda mais bonita sob o olhar dela.

"É apenas um terno simples.” Retrucou Inomata, levemente envergonhada. Então, como se percebesse algo, seus olhos se arregalaram. De repente, ela endireitou sua postura e deu uma tossidinha antes de perguntar: "E o que você gostaria de pedir, senhorita?"

Ao ouvir aquele tom tão cordial, Ushimaru sentiu suas palmas suarem e a garganta secar. Ela não conseguia entender como Inomata parecia tão bela naquela roupa ou o porquê queria a ver vestida assim todo o dia.

Uh, qual é a sua recomendação?” Yuki perguntou, levemente perdida, já que não tinha chegado a ler o menu e não fazia ideia do que estavam vendendo.

“Eu recomendaria que você pedisse o Especial da Casa, que é apenas um chá branco com uma fatia de torta de limão.” Inomata disse, com uma sugestão de sorriso nos lábios. “Na verdade, é um prato muito bom para algo feito por adolescentes.”

Ushimaru deu uma risadinha. Mesmo que Maria-chan estivesse tentando ser uma boa garçonete, ela ainda mantinha seu lado ousado e direto.

"Sim, eu gostaria de ter isso então."

Com uma reverência, Inomata se afastou da mesa para ir pegar o pedido. Yuki finalmente entendeu o porquê algumas garotas estavam rindo animadamente, dando gritinhos ou até mesmo ruborizando — era difícil não entender quando se via tantos alunos bonitos vestidos com roupas formais e agindo como mordomos dedicados.

Ela pegou o celular e mandou uma mensagem para Saikawa, pedindo para que ele desse uma passada na aula avançada quando tivesse tempo livre. Suspeitava que ele adoraria ver a ideia dos estudantes e que provavelmente ficaria super emocionado com a diligência deles.

Não demorou muito para Inomata voltar e encontrar Yuki olhando suavemente para as mesas à sua frente.

“Aqui está o seu pedido, senhorita.” A voz cordial da outra trouxe o olhar de Ushimaru para a amiga com um sorriso contente no rosto.

“Obrigada, Maria-chan.” Assim que viu o prato, seu estômago roncou, a lembrando de que não tinha comida já fazia muito tempo.

Ela tratou logo de começar a comer, sentindo o gosto maravilhoso da torta tocar seu paladar e lhe deixar ainda mais feliz. Todavia, quando reparou que Inomata estava indo atender outros clientes, Yuki a chamou.

“Há algo de errado com o pedido, senhorita?” Inomata questionou com um pouco de preocupação na voz, olhando para o prato que já estava com apenas metade da fatia.

“Oh não, está muito delicioso!” Ushimaru exclamou, talvez um pouco rápido demais a fim de tranquilizar a amiga. Ao ver que a Maria-chan esperava por si, ela perguntou, com timidez em sua voz e o rosto quente: “Eu só estava pensando…  Será que poderíamos ir para casa juntas hoje?”

A forma como Yuki olhava para Inomata era tão intensa, que sequer parecia que ela estava brincando com o garfo que usava para comer a torta enquanto esperava por uma resposta.

Os lábios de Maria-chan se ergueram devagarinho num belo sorriso diante seus olhos.

"Eu adoraria."

Notes:

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