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um pedaço seu está comigo

Summary:

Lalafin pensa em Aruru a caminho de uma missão e Shizuha a trás de volta a realidade.

Notes:

tecnicamente essa fic não é canon pra au que eu tava desenvolvendo com outras duas pessoas, só avisando !!

(See the end of the work for more notes.)

Work Text:

Entre o polegar e o indicador uma pena dourada girava, seguindo os movimentos cautelosos e repetitivos que eles ditavam. Um sorriso saudoso erguia os cantos dos lábios da cautus, que observava enamorada a pluma que rodopiava em seus dedos.

A Nonomiya sentia o peito aquecido só de olhá-la. A felicidade consumia seu pequeno corpo ao mesmo tempo em que seu coração pulsava com o amor que carregava em suas batidas, distribuindo esse sentimento por todo seu ser. Não era sequer surpreendente o fato de estar boba assim, afinal aquela era a sua segunda pena.

Depois de semanas — na verdade meses, se quisesse ser sincera — cortejando a canário, Lalafin finalmente havia conseguido fazer Aruru entender que a cautus não estava brincando. Suas intenções não eram superficiais e ela realmente gostava da liberi de modo romântico, flores e chocolates em formato de corações incluído.

E após alguns dias da outra refletindo sobre a declaração da Nonomiya, a sniper chegou a uma conclusão: ela também gostava gostava de Lalafin e aceitou seu pedido de namoro.

A jovem cautus se recordava de como Aruru, embora estivesse com seu costumeiro sorriso brilhante, estava nervosa e com o rosto avermelhado. O jeito como a liberi entregou-lhe a pena, com tanto cuidado e hesitação, como se naquele ato também estivesse a entregando seu coração junto… bom, não era exagero dizer que ela se apaixonou pela Otsuki novamente naquele momento.

— Senhorita Lalafin — A voz suave e controlada de Shizuha a trouxe de volta a realidade, abruptamente. A Nonomiya virou o rosto, olhando por cima dos ombros a fim de observar a elafia.

Suas íris azuladas repararam na foice que a outra carregava em suas mãos, polida e bem afiada. A Kocho aparentava estar apoiada no cabo de sua arma, a mochila já nas costas indicando que estava pronta para partir. Atrás dela, uma fogueira — agora apagada — levantava fumaça no céu, o único resquício que sobrava de que haviam passado por ali.

— Está na hora de realizarmos a nossa missão.

Ao assentir, a cautus deixou um pequeno sorriso florescer em seus lábios antes de se virar novamente para frente.

Havia esquecido, por um pequeno instante, o porquê não estava naquele exato momento ao lado de sua canarinha e sim numa floresta desconhecida.

Ela e a caster tinham sido solicitadas para ajudar um vilarejo, onde tinham sido reportados ataques de originum slugs e outros animais infectados pelo local. No contrato do trabalho também tinha anotado relatos dos moradores, que falavam que os bichos estavam se comportando de maneira estranha e suspeita, quase como se estivessem sendo controlados.

Enquanto estavam se aproximando do local, haviam conversado com alguns mercenários e outros locais, que pareciam convictos de que tais relatos não passavam de paranoias dos membros do vilarejo. Lalafin desconfiava que existia mais para aquela história do que estava sabendo, que uma peça daquele quebra-cabeças estava em falta. Ainda assim, nada disse sobre, preferindo manter suas teorias para si enquanto Shizuha conversava com as pessoas.

Ela tateou o interior da sua jaqueta com sua mão livre até achar o bolso que ficava por ali até sentir seus dedos tocarem um objeto frio. Ao perceber que achou o que queria, retirou dali uma caixinha de metal.

Por não saber exatamente em qual tipo de corrente queria pôr a segunda pena que havia ganhado, a Nonomiya a guardava ali. Assim correria menos risco de a perder e ainda conseguiria mantê-la por perto enquanto se decidia.

Sem muita enrolação ela tirou a tampa, revelando um interior estofado de cor azul, a favorita de sua namorada. Com um pequeno aperto no coração e um rápido selinho na pena, a cautus colocou a penugem dentro da caixa e fechou-a.

Embora soubesse que fazia aquilo apenas para preservar seu precioso presente, Lalafin não conseguia se impedir de ficar um pouco triste por não poder mostrá-lo toda hora ainda. Ela sabia que a Ootsuki não via problemas em lhe dar outra caso realmente chegasse a perdê-la, todavia isso não significava que gostaria de ser rude ou desrespeitosa com Aruru.

Afinal, cada pena que a liberi dava para alguém tinha um motivo, um sentimento, uma história por trás. Para a Nonomyia, era como se a canário estivesse entregando partes de si para os outros não só de forma literal, como simbólica também. Aquilo era um rito cultural dos pássaros e, embora não fosse um, a cautus os admirava pelo belo gesto.

Com um suspiro apaixonado, Lalafin guardou a gelada caixinha novamente no bolso interno da sua jaqueta. Ao erguer os braços enquanto se levantava da pedra, ela se alongou por uns minutos antes de levar seu braço para o lado e apoiar sua mão no cabo de sua arma, que estava apoiada na mesma rocha em que havia sentado.

Ao segurar a madeira com mais firmeza, a Nonomiya começa a erguer o pesado e grande martelo feito de metal originum sem nenhuma dificuldade ou tensão em seu rosto. Um feito impressionante de assistir, pois ele era maior do que ela, que agora o mantinha casualmente em seu ombro como se não pesasse nada.

Se virando de volta para sua companheira de equipe, a cautus deixa um sorriso animado aparecer em seus lábios.

— Não vejo a hora de voltar pra casa!

A risadinha que escuta vindo de Shizuha é agradável, assim como o brilho divertido e suave nas íris ametistas.

— Também quero acabar esse trabalho o mais rápido possível — A Kocho concordou, também sorrindo. — Todavia devemos ter cuidado, ou teremos que voltar aqui por não ter feito nosso serviço direito.

— Falando assim parece até que eu não sei ser profissional — Nonomyia reclamou enquanto forçava um pequeno bico em seus lábios e se aproximava da elafia.

— Perdão, perdão — Shizuha disse, no entanto seu tom de voz não soava culpado ou parecia ter intenção de aplacar a mais baixa.

Não que ela precisasse se desculpar por aquilo, afinal Lalafin sabia que a outra não estava tentando lhe ofender. Isso não significava que a Kocho estava tão errada assim em a advertir.

A cautus bem tinha a mania de querer se apressar ao fazer as coisas, seja porque estava animada demais ou impaciente. E, caso não fosse isso, às vezes era porque tinha se distraído com algo não relacionado ao que deveria estar fazendo.

Se ela tivesse a intenção de voltar o mais rápido possível para o lado de sua canarinha, a Nonomiya não poderia se permitir cometer erros. Ou pelo menos, não muitos ou grandes o suficiente para acarretar uma visita a sala da doutora Kal'sit. 

Por isso ela deveria tomar cuidado e tentar ter paciência, para evitar de se distrair pensando na sua namorada e no que fariam quando voltasse para casa. Com isso, faria a quantidade mínima de baixas e não demoraria para logo realmente estar nos braços da Otsuki, recebendo afagos e dando todo o amor que a sua liberi queria e precisava.

Não irei demorar muito para voltar ao seu lado, Aruru.

Notes:

olhos fechados) essa fic não está atrasada pra week não, imagina .

(finalmente saiu algo arulala meu !1!1!!1 sim eu amo rarepair com as meninas de frontier, como percebeu?)

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