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A Serizawa estava super confortável. Era uma honra — e uma satisfação — poder estar deitada no ninho de sua ômega. O aroma cítrico dela a rodeava, os feromônios tranquilos e realizados a deixando com a mente nebulosa a cada minuto que o inspirava. O ronronar que fazia seu peito tremer era um som orgulhoso e feliz em saber que era o motivo pelo bom humor da outra.
Os lençóis e peças de roupas que se moldavam ao seu corpo eram macios, e sentí-los pela sua pele apenas a relaxava ainda mais. Só não era melhor do que ter os braços da sua namorada a envolvendo, abraçando-a e transmitindo seu calor através de seu toque.
Tendo esses fatos à vista, não era surpreendente que Chikaru estivesse se permitindo ronronar de forma tão audível, ainda que moderada. Se aconchegando melhor na posição, um suspiro de contentamento saiu de seus lábios.
Ela ficaria ali para sempre, caso pudesse. Todavia, ainda que lhe trouxesse uma tristeza superficial, a escolha não era dela.
— Chikaru... — A voz suave e gentil de Yoh em seu ouvido trouxe breves arrepios pela região. Um sorriso logo floresceu em seu rosto, mostrando o prazer que sentia apenas em escutar a voz alheia.
— Só mais cinco minutinhos... — Serizawa respondeu, com um tênue tom de preguiça. Seus dedos deslizaram na pele aquecida dos braços que seguravam sua cintura, tentando convencer a outra a aceitar seu pedido.
O ar quente do suspiro que saiu dos lábios da Hatsukano fez leves cócegas no seu pescoço. Chikaru achava a ômega tão adorável quando ela ficava impaciente pelos seus biscoitos da tarde — agradinhos esses que apenas a beta conseguia fazer exatamente da forma como a namorada gostava.
Sabendo que a suposta paz não duraria muito, a Serizawa já estava pensando em qual chá faria quando fosse para a cozinha. O que ela não estava contando era com o quão impaciente Yoh estava.
Uma delicada e afiada pressão em seu pescoço avisou-a rapidamente do humor da outra. O calor não tardou em dominar o rosto da beta, ainda mais quando compreendeu que a Hatsukano tinha acabado de raspar a ponta dos caninos em sua pele.
A ômega, realizando que agora tinha a atenção da namorada, voltou a distribuir selinhos gentis pela extensão do pescoço alheio.
Ainda que o aroma do cômodo fosse de satisfação e felicidade, Yoh estava ganindo baixinho de forma pidona. Escutar aqueles sons deixava a Chikaru levemente auto consciente das reações de seu próprio corpo, a fazendo ruborizar ainda mais.
O calor subia lentamente do seu estômago para o seu peito, a deixando envergonhada. Ela sentiu a boca começando a secar, o que a fez passar a ponta da língua nos lábios, tentando em vão umedecê-los. Quando o estalo do selinho entre o final de seu pescoço e início do ombro ecoou pelo cômodo, a beta ofegou, arrepiada.
Estava difícil de respirar, parecia até que o ar estava fugindo de si.
— Chikaru... Meus biscoitos… — A voz pseudo-manhosa da Hatsukano em seu ouvido a fez tremer de excitação.
Chikaru deixou uma risadinha escapar de sua garganta, assentindo. Após todo aquele charme da outra, seria praticamente impossível não desistir da ideia de permanecer no ninho por mais alguns minutos.