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mar turbulento

Summary:

Entre o bando de piratas, risadinhas e sussurros eram trocados — sem nenhuma dúvida, todos estavam tirando graça da pobre refém.

Isso apenas fazia com que Chloé sentisse seu rosto ardendo pela humilhação que estava passando, fazendo assim com que seu peito também se aquecesse com o ódio que possuía seu rancoroso coração.

— Achei que meus colegas tivessem pego uma nobrezinha qualquer, — A pirata no comando disse com tranquilidade e contentamento na voz, parecendo satisfeita em fazer a senhorita Bourgeois de entretenimento. — mas parece que consegui alguém valioso o suficiente para rivalizar o preço da capitã Lila Rossi, a Raposa do Mar?

Notes:

tecnicamente, se encaixa no tema distração...... 🤭🤭🤭

sempre quis fazer uma chlolila e eu FINALMENTE consegui....!!! fazer algo perto de um romance entre elas haidjsifjsjfidjf

esse au tem toda uma história pra se desenvolver mas admito que não lembro nem de metade do plot lel

(See the end of the work for more notes.)

Work Text:

Írises azul-celestiais encaravam semelhantes de cor castanha com um intenso ódio. Chloé ainda não conseguia acreditar que estava naquela situação.

— Então, minha cara abelhinha, quanto será que seu querido papai está disposto a pagar por você? — Era irritante o quão aveludada a voz daquela pirata era. A senhorita Bourgeois queria tanto arranhar o rosto da outra mulher até tirar aquele sorrisinho cínico que erguia os cantos dos lábios da capitã.

Infelizmente Chloé estava amarrada ao mastro e, para dar ênfase em como a situação não estava ao favor dela, lâminas e armas estavam sendo apontadas para sua pessoa. O que mais a irritava, porém, era a ponta da espada que a própria capitã estava mirando em si, bem na ponta de seu queixo.

O metal era gelado e super afiado, isso a senhorita Bourgeois conseguia sentir sem dificuldades. Ela só esperava que a mulher não fosse idiota o suficiente para deixar uma marca em seu belo rosto!

Não perdendo muito tempo, Chloé iniciou sua resposta com um som indignado.

— E não é óbvio que minha pessoa é de extremo valor? Se duvidar, meu preço é ainda mais alto do que a recompensa por sua cabeça de peixe podre.

Embora as palavras da nobre tivessem sido rudes e acusativas, tudo o que elas fizeram foi trazer um brilho de divertimento no olhar da capitã.

Entre o bando de piratas, risadinhas e sussurros eram trocados — sem nenhuma dúvida, todos estavam tirando graça da pobre refém.

Isso apenas fazia com que Chloé sentisse seu rosto ardendo pela humilhação que estava passando, fazendo assim com que seu peito também se aquecesse com o ódio que possuía seu rancoroso coração.

— Achei que meus colegas tivessem pego uma nobrezinha qualquer, — A pirata no comando disse com tranquilidade e contentamento na voz, parecendo satisfeita em fazer a senhorita Bourgeois de entretenimento. — mas parece que consegui alguém valioso o suficiente para rivalizar o preço da capitã Lila Rossi, a Raposa do Mar?

A nobre prendeu a respiração, surpresa com o que tinha acabado de escutar. Ela ignorou os arrepios que passaram por seu corpo com a menção do nome, focada em revirar a nova informação em sua cabeça em busca de um jeito de sair daquela situação.

Chloé, obviamente, já tinha ouvido falar da outra. Ninguém que morasse na pequena ilha Miraculosa era estranho ao nome — era a pequena regalia de ser um ponto famoso de reabastecimento para navios, o povo era sempre muito bem informado sobre os piratas e suas façanhas. Todavia, muitas das histórias que a aristocracia conhecia não podiam ser confiadas.

Seu primo, Félix Agreste, tinha lhe dito para ter cuidado com o que escutava em relação às lendas marítimas. Por ser um soldado naval, ele sabia o quanto dos boatos eram verdadeiros e o quanto eram apenas ficção para apimentar a vida dos nobres.

Por isso, a senhorita Bourgeois não sabia dizer exatamente em que tipo de problema havia sido arrastada para. Céus, se ela soubesse que seria sequestrada só por querer tomar um chá no meio da plebe, sequer teria saído de sua mansão.

Franzindo o nariz diante a expressão vitoriosa no rosto da capitã, Chloé ergueu seu queixo de forma petulante.

— Não é óbvio o suficiente para relés saqueadores o meu imensurável preço? Pois fiquem informados que ao cometer o ridículo ato de me sequestrar vocês acabaram de assinar seu papel de banimento nesta ilha!

Enquanto o bando soltava risadinhas e deboches, tudo o que a Rossi fez diante das palavras da nobre foi erguer uma sobrancelha em questionamento. O brilho de divertimento ainda estava estampado em seu olhar e na forma como a curva dos lábios dela se erguia. Todavia a forma como ela afastou levemente a ponta da espada do rosto da senhorita Bourgeois era uma grande indicação de que havia considerado com seriedade o que escutou.

O bom humor não durou muito no navio pirata, porém. Antes mesmo que qualquer um pudesse se dirigir diretamente a Chloé pelo que ela havia dito, um som de algo pesado caindo no mar próximo a embarcação deixou todos mais alertas. Principalmente porque pouco depois o barco se moveu rudemente para o lado, desequilibrando os mais distraídos e sem experiência do bando.

A própria nobre ficou até aliviada por estar amarrada no mastro, já que acabou não tendo que tentar se segurar em algo para manter-se em pé. Ainda que o tecido grosso estivesse pinicando sua pele sensível e que fosse irritante não poder se mover, pelo menos naquele momento estar presa não era algo tão ruim assim.

— Capitã, tem navios da marinha se aproximando! — Algum pirata que estava acima da refém gritou, chamando a atenção do bando.

Que timing perfeito esse ser tem, uh.

— Nós já sabemos disso e não é graças a você! — Lila retrucou, encarando quem quer que estivesse pendurado no mastro com um olhar desagradado. Os lábios dela estavam presos em uma linha de desaprovação e irritação, deixando bem óbvio o quanto ela estava insatisfeita com o trabalho da pessoa.

A senhorita Bourgeois só teve tempo de deixar um sorriso convencido florescer em seus lábios antes da mulher começar a dar ordens.

—  Ergam a âncora e içem às velas! Preparem-se para zarpar! Iremos dar o fora daqui antes que cheguem perto. — A capitã gritou, virando-se para a tripulação que sequer esperou ela terminar de falar antes de se movimentar pelo convés. Como se para enfatizar a falta de tempo que tinham antes do da marinha chegar, o navio novamente virou abruptamente para o lado, pegando menos piratas desprevenidos com o súbito movimento.

Antes que pudesse abrir seus lábios e formular uma argumentação, Chloé observou a outra mover sua mão para o colo do peito antes de dar-lhe as costas. Ainda parada a sua frente, Lila parecia ocupada ao berrar com o seu bando em uma linguagem desconhecida — deixando a pobre nobre à mercê de sua indignação.

Ninguém deveria ignorar a senhorita Bourgeois! Muito menos uma reles saqueadora ridícula e debochada. Aquela situação era totalmente humilhante para a jovem aristocrata.

Ignorando o excesso de gritaria e sons da tripulação organizando o navio, ela decidiu que não iria deixar aquilo passar em branco.

— Eu exijo que você me liberte agora! — Chloé bradou, sentindo o rosto aquecido de tamanha a raiva que estava sentindo naquele momento. — Não irei permitir que me usem como refém apenas para que reles e insignificantes criminosos escapem da majestosa justiça!

A senhorita Bourgeois não reparou no sútil tensionar dos ombros da capitã, muito menos percebeu o tênue brilho que o pingente dela emanava quando ela voltou-se para si. Entretanto, quando a pirata se aproximou com determinação e agressividade, a nobre não conseguiu pôr mais nenhuma palavra para fora de sua boca diante o olhar intenso que recebia.

A mão de Lila bateu na madeira do mastro, bem do lado da cabeça de Chloé; fez um som tão alto que, por um momento, ela teve até de fechar as suas pálpebras por causa do incômodo. Ao abri-las novamente, porém, ela se viu diante da expressão desdenhosa da outra mulher.

Aw, eu não sabia que você era tão estúpida. — A voz aveludada dela estava cheia de falsa piedade. A senhorita Bourgeois rangeu os dentes ao escutar aquilo, um ato nada elegante para uma lady, devido ao sentimento de irritação que começava a borbulhar sob sua pele. —  O que te faz pensar que você pode exigir algo por aqui?

Um arrepio passou pelo pescoço da nobre ao ver o sorriso selvagem nos lábios da capitã.

— Já que deseja tanto assim comandar o meu navio, porque não te fazemos logo parte da tripulação? — Chloé sentiu o gelo gradualmente dominando o seu corpo ao escutar aquilo. Ela balançou a cabeça em negação, incapaz de conseguir elaborar uma frase, enquanto o sorriso de Lila ia se alargando ao ver sua reação. — Está decidido então, tenho um novo papel para você.

A senhorita Bourgeois só teve tempo de sentir o seu coração afundando dentro do peito, tendo sido dominado pelo medo de forma que ele sequer cabia mais na própria cavidade.

— Ryuko!

Mesmo com toda a confusão e gritaria no convés, Lila só precisou chamar uma vez antes de uma mulher com fisionomias asiáticas aparecesse ao seu lado. Apesar da expressão apática no rosto da desconhecida, ela lembrou a nobre de sua pequena coleção de bonequinhas cerâmicas chinesas.

— Leve a prisioneira para a cabine dos novatos e a vista com as nossas roupas. — A capitã ordenou, ainda olhando para Chloé. A tal Ryuko apenas assentiu, antes de virar-se para o mastro e começar a trabalhar nas cordas para desamarrá-la.

— Farei questão de fazer-te arrepender de me forçar a usar esses trapos nojentos! — A senhorita Bourgeois declamou, revoltada com o que tinha acabado de escutar.

A pirata, entretanto, apenas riu abertamente de sua resposta.

— Adorarei ver você tentar — Após isso, ela se afastou da nobre, confiante e com um sorriso vitorioso nos lábios sarcásticos dela. — Bem vinda a tripulação, abelhinha.

Notes:

meu tumblr.