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dançando lentamente (e sendo encantada rapidamente)

Summary:

Foi apenas quando a cavaleira levou seus dedos livres para o corpo a sua frente que percebeu onde deveria tocá-la.

— Hum… Com licença — A Shirai murmurou, recebendo uma melodiosa risadinha por seu inusitado pedido educado.

Seu indicador foi o primeiro a tocar a cintura de Matsuri, que contrário ao que esperava, estava tão quente quanto a mão que segurava. Sua palma deslizou com lentidão pela pele exposta, até que a ponta de seus dígitos encontrassem o tecido áspero sutil. Os batimentos cardíacos em seu peito aceleraram, a fazendo-se esquecer do desconforto que estava sentindo até poucos minutos atrás, ao que a cavaleira aproximou seus corpos. Ela conseguia sentir agora o ar aquecido que saía por entre os lábios da nobre em sua bochecha, algo que trouxe um arrepio em seu corpo.

Notes:

o tema usado para essa fic foi "may i have this dance?" !! o vestido que tentei porcamente descrever é este.

eu amo elas então obviamente irei escrever o evento com elas <3 infelizmente o jogo ama implicar comigo e mandou uma memoir da misuzu com a yuyu no aniversário de quatro anos, então estarei sendo obrigada a escrever misuyuyu pro femslash february xD welp, espero que gostem !! eu gostei dessa au, mas não garanto que terá uma continuação, a

(See the end of the work for more notes.)

Work Text:

Três passos adentro do salão de festas no Palácio Real. Esse foi o número necessário para que um pensamento passasse pela mente de Shirai. Será que não estou desperdiçando meu tempo aqui? Embora tivesse sido convidada para a comemoração da nova aliança entre o reino de Yurigaoka, Kamba e Heresungue, Yuyu sabia que seria muito mais produtiva ao defender as fronteiras do que (ao tentar) socializar com a alta classe. 

A vontade de se virar e sair pela porta que acabara de passar era imensa; sabia que, ao fazer isso, estaria arruinando todo o trabalho de Soraha e Moyu, que se esforçaram para encomendar o terno branco sob medida que estava usando. Ela tinha noção que ao trocar aquela peça de roupa fina pela sua habitual armadura prateada de cavaleira, estaria desmerecendo o dinheiro e os sentimentos das duas. E isso era algo que não desejava fazer.

Ainda assim, no momento em que a orquestra transacionou de um ritmo animado para um mais lento, quase que melancólico em sua opinião, Yuyu só conseguia sentir um desconforto intenso no peito. Ela não deveria estar ali. Sua função era proteger as pessoas, principalmente os nobres, e não estar festejando com eles. O seu lugar…

— Você me concede a honra de ter essa dança contigo? — As palavras aveludadas, ditas num tom de voz familiar, chegaram aos ouvidos atentos da distraída Shirai, que virou suas pálpebras ametistas em direção à face alheia. O sorriso terno que curvava os lábios finos da mulher à sua frente agraciava o rosto dela, a deixando com uma expressão muito mais suave que a habitual. Apenas aquela simples interação foi o bastante para que esquecesse o que estava pensando antes. Era… diferente ver a outra daquele jeito quando tinha se acostumado com o jeito rígido que ela se portava nas reuniões do Conselho Real. 

— Se é isso que vossa Senhoria deseja — Yuyu respondeu sem hesitação, abaixando levemente a cabeça numa breve reverência a Hata. Apesar de ainda sentir um certo desconforto em seu coração, parecia que o aperto em seu peito estava menor diante a presença alheia. Ela percebeu a nobre arregalando os olhos momentaneamente antes de fechar as pálpebras, deixando um suspiro escapar por entre os lábios. Suas sobrancelhas franziram-se com perplexidade, estranhando a reação singular de Matsuri. No entanto, ao observar os cantos da boca dela se erguendo mais uma vez, soube que não deveria preocupar-se com aquilo; enquanto a expressão dela estivesse relaxada, tudo estaria bem entre as duas.

— Você realmente parece deleitar-se em complicar a minha situação… — Uma frase incomum adentrou os seus ouvidos, fazendo com que prendesse a respiração com brevidade. Entretanto, por não entender o conteúdo do que tinha acabado de escutar, a Shirai resolveu simplesmente fingir que não o tinha feito. Sequer teve tempo de compreender a reação incômoda que teve, pois logo uma palma macia e delicada adentrou em seu campo de visão.

Diante o convite indireto, Yuyu ergueu seu braço até que seus dedos calejados pudessem tocar a pele alheia, deslizando por esta e sentindo o calor da nobre passar por seus dígitos, gradualmente sendo transferido da Hata para si, até que estivesse segurando a mão dela. Assim que o fez, ergueu a cabeça a fim de ter de novo suas pálpebras ametistas a olhar o rosto da outra, sentindo seu coração falhar uma batida ao ver o esplêndido sorriso que emoldurava a face à sua frente.

Os olhos curvados com tenuidade, mostrando o quanto Matsuri estava satisfeita por tê-la aceitado, e o jeito como o blush rosado em suas bochechas parecia ter magicamente ficado mais escuro formava uma vista atrativa. Diferente do costumeiro, os fios acinzentados dela estavam presos num coque, tendo apenas a franja a adornar sua testa e bochechas — um  enfeite de rosas marrons, num tom tão singular que ficava entre preto e cinza, e pérolas segurava algumas mechas em cima de sua cabeça, realçando a beleza do penteado dela. O vestido que a outra usava tinha esse mesmo tom específico de marrom, com detalhes brancos e cinzas, tendo as laterais pseudo-abertas já que se conectam apenas com fitas de tecidos deixando a bela pele à mostra; a Shirai por um momento se questionou se a temperatura do salão estaria confortável o suficiente para que a nobre não sentisse frio. 

A cavaleira balançou a cabeça suavemente, tentando retomar o foco. Desejava poder examinar cada detalhe da mulher diante de si com minuciosidade até que sentisse seu peito cheio — era difícil ver a Hata em vestimentas diferentes das que usava no conselho, tanto é que era a primeira vez que a via usando aquele tipo de peça. Infelizmente, sua admiração teve pouco tempo para acontecer, visto que logo a outra estava virando-se, a puxando com tranquilidade para que ambas pudessem se dirigir até a área de dança do baile.

Ignorando a pequena sensação de desconforto por estar num local que não lhe pertencia e a efêmera frustração que a fez torcer os lábios, Yuyu a seguiu com cautela e respeito. Fez questão de andar sempre um passo atrás dela, enquanto observava sem muito entusiasmo o local em que estava adentrando. O salão de baile era, obviamente, imenso e já existia uma boa quantidade de pessoas por ali. A maioria parecia estar concentrada nos cantos do cômodo, tendo um ou outro par dançando na pista marcada no centro deste. Apesar de atraírem os olhares alheios ao passarem, ninguém parecia muito interessado no que as duas estavam fazendo, cada um compenetrado em suas próprias ações e conversas.

Atrevendo-se a trazer suas irises ametistas para quem a guiava, pode ver a expansão da pele aleitada do pescoço de Matsuri, uma visão incomum para si. Ao sentir um leve desconforto na garganta, a Shirai desviou o rosto da cena a sua frente; seu rosto estava quente, de uma forma que a deixava autoconsciente do crime que tinha acabado de cometer. Ela só esperava que ninguém tivesse percebido… Levaria essa informação consigo para o túmulo.

— Certo… — A cavaleira percebeu que a Hata parou de caminhar, não demorando para virar-se novamente em sua direção. Ela pode ver o sutil sorriso dominar os lábios da nobre, a deixando com uma expressão suave no rosto. — Aqui está perfeito para nós.

Yuyu assentiu, devagar, e se aproximou da outra. Ela sentiu o braço alheio contornar seus ombros, parando em suas costas, bem perto seu pescoço — e por um singelo momento, sentiu-se lamentar por não poder receber o toque dela diretamente em sua pele por causa do paletó branco que usava — enquanto a mão que a segurava mudou o jeito, deslizando por sua palma tenuamente até que estivessem na posição correta. Foi apenas quando a cavaleira levou seus dedos livres para o corpo a sua frente que percebeu onde deveria tocá-la. 

— Hum… Com licença — A Shirai murmurou, recebendo uma melodiosa risadinha por seu inusitado pedido educado. 

Seu indicador foi o primeiro a tocar a cintura de Matsuri, que contrário ao que esperava, estava tão quente quanto a mão que segurava. Sua palma deslizou com lentidão pela pele exposta, até que a ponta de seus dígitos encontrassem o tecido áspero sutil. Os batimentos cardíacos em seu peito aceleraram, a fazendo-se esquecer do desconforto que estava sentindo até poucos minutos atrás, ao que a cavaleira aproximou seus corpos. Ela conseguia sentir agora o ar aquecido que saía por entre os lábios da nobre em sua bochecha, algo que trouxe um arrepio em seu corpo. Mais seguindo do que guiando, Yuyu começou a se mover com hesitação, refletindo o bailar da outra.

Conforme foi se acostumando com a proximidade entre as duas, Shirai foi tomando o controle da dança, levando seus passos de forma mais confiante pelo salão. Não sabia se era impressão sua ou se realmente estavam deslizando de acordo com o ritmo ameno da orquestra — talvez devesse ficar feliz apenas por não ter recebido nenhuma pisada em seu pé. Elas nunca tinham feito aquilo antes e a cavaleira duvidava que tivessem treinado partes diferentes para aquele tipo de bailado, logo seria esperado que isso já tivesse acontecido pelo menos uma vez.

A cintura que estava segurando era macia… Ela não conseguia ignorar a sensação acalorada que se agarrava em sua mão. Sendo movida pela curiosidade, acabou agindo de forma impulsiva e dando um sutil aperto na pele em sua palma, testando o corpo que tocava pela primeira vez com certa prudência. Ao ouvir um ofego baixo em seu ouvido, novamente percebeu que o calor dominava seu rosto e quase errou o passo que deveria dar naquele momento. Seu coração palpitou com intensidade diante da reação da nobre, vibrando em seus tímpanos e tirando, por um momento, sua capacidade de escutar a música.

— Perdão… 

Mesmo sussurrando seu pedido de desculpas, Yuyu não conseguiu virar seu rosto para encarar a Hata. Embora não quisesse ofendê-la, sequer sabia o porquê tinha feito aquilo, logo requisitar clemência não serviria de nada. No entanto, suas preocupações eram indevidas. 

— Eu não me incomodo que tenha feito isso — A voz de Matsuri estava reduzida, controlada. Era difícil entender o sentimento que acompanhava o tom, que mais parecia ar do que som em seu ouvido. Um aperto gentil em sua mão que ainda estava agarrada a dela a fez mover suas irises ametistas em direção ao rosto alheio, para perceber que a outra estava o escondendo em seu pescoço. A orelha que podia observar tinha sua ponta avermelhada, um detalhe que quase a distraiu. — Desde que esteja capacitada para as consequências deste ato, claro.

Shirai tinha certeza que, se suas mãos não tivessem ocupadas segurando a mulher que tanto a interessava — por motivos que sequer tinha realizado ainda —, as sentiria tremerem assim que escutou o desafio dela. Teve a impressão de que seus lábios estavam ressecados, o que a fez passar a ponta de sua língua sobre eles; desejava poder beber alguma coisa naquele momento, todavia duvidava que conseguiria o fazer. Pelo rumo da conversa, refrescar sua garganta não seria uma opção que teria para escolher.

— Que… Que tipo de consequências Vossa Senhoria estaria se referindo sobre…? — A hesitação em seu tom de voz era nítido, assim como a curiosidade que a preenchia. Ao que rodopiavam lentamente pela pista naquela posição, Yuyu questionava-se onde acabariam parando com essas informações pela metade. Talvez finalmente ganharia uma resposta para as dúvidas que a dominavam quando estava diante da Hata.

— Que tal irmos a um local mais reservado? Assim poderei te explicar lentamente ao que estou me referindo.

E, desta vez, a cavaleira prendia sua respiração por um motivo completamente diferente. O jeito como as palavras foram sussurradas em seus ouvidos tinham uma tensão sutil, trazendo consigo um breve arrepio pelo seu corpo. Meio alheia, ela assentiu sem compreender por completo do que estavam falando e deixou-se ser guiada para outro cômodo do Palácio Real.

É importante dizer que, após sua conversa mais… íntima com Matsuri, a Shirai teve várias realizações. Algumas que até mesmo a envergonharam por ter demorado tanto a entender. Afinal, como que não tinha percebido que tinha apaixonado-se pela maravilhosa nobre?

Notes:

obrigado por terem lido !! qualquer coisa, esse é meu tumblr !!

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